Journal De Malte - Venezuela diz estar pronta para declarar estado de exceção ante eventual 'agressão' dos EUA

Venezuela diz estar pronta para declarar estado de exceção ante eventual 'agressão' dos EUA
Venezuela diz estar pronta para declarar estado de exceção ante eventual 'agressão' dos EUA / foto: Federico PARRA - AFP/Arquivos

Venezuela diz estar pronta para declarar estado de exceção ante eventual 'agressão' dos EUA

A Venezuela tem um decreto pronto para declarar um estado de exceção que dá poderes especiais ao presidente Nicolás Maduro em caso de um ataque dos Estados Unidos, após o envio de uma flotilha militar americana ao Caribe, informou o governo do país sul-americano nesta segunda-feira (29).

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Washington destacou oito navios de guerra e um submarino de propulsão nuclear como parte de um plano para combater o tráfico de drogas no Caribe, onde afirma ter destruído pelo menos três embarcações supostamente carregadas com drogas provenientes da Venezuela, resultando em 14 mortes.

"Hoje mesmo começou o processo de consultas do decreto constitucional de estado de exceção para decretar um estado de comoção exterior [...] e proteger o nosso povo", disse Maduro durante seu programa de televisão.

As consultas são para avaliar "o alcance" deste decreto caso a Venezuela seja "agredida pelo império americano", acrescentou o dirigente chavista, que apresentou o ato normativo na semana passada como uma proposta.

Mais cedo, a vice-presidente Delcy Rodríguez exibiu uma cópia do decreto, que ainda não foi firmado pelo presidente, conforme explicaram à AFP fontes do governo.

A vice-presidente disse que, com esse ato normativo, Maduro poderá "atuar em matéria de defesa e segurança" se os Estados Unidos "se atreverem a agredir a nossa pátria".

"Há uma Venezuela unida na defesa de nosso país, preparada para a defesa da Venezuela", insistiu Delcy Rodríguez em um evento com a presença do corpo diplomático credenciado em Caracas. "Jamais entregaremos a pátria", frisou.

O decreto de comoção está contemplado em uma lei de estados de exceção e inclui a "restrição temporária" de direitos constitucionais.

O diretor da ONG Acceso a la Justicia (Acesso à Justiça, em tradução livre), Ali Daniels, declarou à AFP que a "suspensão ou limitação de direitos que não se ajustem à realidade" é a "principal preocupação" de sua organização.

Maduro convocou a população a se alistar nas reservas militares e ordenou a realização de exercícios nas forças armadas, bem como simulações para situações de emergência.

A Venezuela já denunciou na ONU as manobras dos Estados Unidos no Caribe. Segundo Maduro, houve "um bom feedback" em uma reunião privada entre o seu chanceler Yván Gil e o secretário-geral da organização, António Guterres.

Caracas insiste em que uma "agressão militar bélica" contra a Venezuela "vai afetar todo o país", toda a região e, inclusive, os próprios Estados Unidos.

M.Scicluna--JdM