

EUA adia publicação de dados sobre emprego devido à paralisação orçamentária
Os Estados Unidos suspenderam, nesta sexta-feira (3), a publicação de um importante relatório sobre emprego, devido à paralisação orçamentária que afeta o governo federal desde quarta-feira.
O portal do serviço de estatísticas do Departamento do Trabalho, onde seria publicado, não foi atualizado às 08h30 locais (9h30 em Brasília).
Uma mensagem explica que isso se deve à "suspensão dos serviços do governo federal".
O Executivo federal também adiou outras publicações econômicas nesta semana, incluindo um relatório sobre o número de americanos que solicitam seguro-desemprego, privando governadores e empresários de indicadores utilizados na tomada de decisões.
A interrupção dos dados ocorre em um momento em que a paralisação orçamentária deixou 750.000 servidores federais em casa e sem salário.
O mercado de trabalho americano vem sendo mais monitorado nos últimos meses, já que as contratações enfraqueceram, levando o Federal Reserve, que atua como banco central, a realizar seu primeiro corte nas taxas de juros do ano.
Sem dados oficiais atualizados, "o Federal Reserve não terá a informação completa de que necessita para tomar decisões este mês sobre as taxas de juros, que afetarão todas as famílias do país", alertou na quinta-feira Elizabeth Warren, a principal representante democrata na Comissão Bancária do Senado.
Warren instou o governo do presidente Donald Trump a publicar os dados já recolhidos, apesar da paralisação governamental.
"Estamos falando de tomar decisões às cegas, e isso ocorre em um momento crítico", disse à AFP Erica Groshen, ex-comissária do Escritório de Estatísticas Trabalhistas (BLS), que publicou o relatório sobre o emprego.
A economia "não está em um bom momento (...) Não sabemos se essa desaceleração continuará e se tornará uma recessão", acrescentou a agora assessora econômica sênior da Universidade de Cornell.
Se a paralisação governamental se prolongar até 15 de outubro, o próximo relatório sobre a inflação ao consumidor também pode atrasar.
M.Busuttil--JdM